Pai, Afasta de mim esse cálice...
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...
Como beber dessa bebida amarga?
Tragar a dor e engolir a labuta?
Mesmo calada a boca resta o peito.
Silêncio, na cidade não se escuta.
De que me vale ser filho da santa?!
Melhor seria ser filho da outra...
Outra realidade menos morta.
Tanta mentira, tanta força bruta.
Como é difícil acordar calado,
Se na calada da noite eu me dano.
Quero lançar um grito desumano!
Que é uma maneira de ser escutado...
Esse silêncio todo me atordoa...
Atordoado eu permaneço atento,
Na arquibancada, prá a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa.
De muito gorda a porca já não anda,
De muito usada a faca já não corta.
Como é difícil, Pai, abrir a porta...
Com essa palavra presa na garganta...
Esse pileque homérico no mundo...
De que adianta ter boa vontade??
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade.
Talvez o mundo não seja pequeno,
Nem seja a vida um fato consumado...
Quero inventar o meu próprio pecado,
Quero morrer do meu próprio veneno.
Quero perder de vez tua cabeça! (Cálice)
Minha cabeça perder teu juízo. (Cáli-ce)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel. (Cali-se)
Me embriagar até que alguém me esqueça. (Cale-se!)
Se na calada da noite eu me dano.
Quero lançar um grito desumano!
Que é uma maneira de ser escutado...
Esse silêncio todo me atordoa...
Atordoado eu permaneço atento,
Na arquibancada, prá a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa.
De muito gorda a porca já não anda,
De muito usada a faca já não corta.
Como é difícil, Pai, abrir a porta...
Com essa palavra presa na garganta...
Esse pileque homérico no mundo...
De que adianta ter boa vontade??
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade.
Talvez o mundo não seja pequeno,
Nem seja a vida um fato consumado...
Quero inventar o meu próprio pecado,
Quero morrer do meu próprio veneno.
Quero perder de vez tua cabeça! (Cálice)
Minha cabeça perder teu juízo. (Cáli-ce)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel. (Cali-se)
Me embriagar até que alguém me esqueça. (Cale-se!)